AB6 - Reencontrar o passado

Um dia, uma citação

AB6 - Encontros e reencontros

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Quinhenta

from maria.graca@*************.pt

to ofafeab6@gmail.com

date Feb 11, 2008 11:29 AM

subject Uma quinhenta




Exmº Senhor.

Por mero acaso cruzei-me com o seu site o qual merece que o felicite pelo seu excelente conteúdo.

Achei que seria interessante juntar às suas recordações esse texto bem como a digitalização da moeda em vigor na época em que por lá esteve em Moçambique.

É um pequeno contributo de uma admiradora do seu site.

Desejo muitas felicidades .

Maria da Graça




Uma quinhenta






Da minha última viagem a Moçambique, trouxe algo que encerra, em cada um de nós, um sem número de recordações e memórias da nossa juventude e adolescencia: uma quinhenta!


Essa mesma em que estás a pensar!


Aquela mesma moedinha que nos traz recordações da nossa infância, do tempo da escola, enfim, dum tempo já longínquo, mas nunca esquecido.


Quantos “scones” compraste nos intervalos das aulas ou à saída da escola, vendidos sem qualquer tipo de protecção, pelos “vendedores ambulantes”, que tanto te deliciavam e que custavam uma quinhenta?


E quando gastavas uma quinhenta num pacotinho de milho torrado, o qual, tantas vezes, era dividido com os colegas?


Uma quinhenta = dois pirolitos. Sim! Aqueles cones de açúcar derretido com um corante encarnado, um palito no fundo e enrolado num papel vegetal? Lembras-te quantos amigos apareciam logo para dar uma trincadela no teu… pirolito?


E ainda aquele cone de papel de jornal, que cada vez era mais apertado, onde punham uma quinhenta de amendoim e a respectiva “bacela”?

Higiene? Data de validade? Etc., etc.? Nada disso. Apenas e só muita vitamina M que nos fez crescer e chegar até hoje.

Cada viagem de machimbombo custava-nos uma quinhenta! Podíamos correr a cidade de uma ponta à outra e ainda nos divertíamos à grande?


Quantas e quantas vezes regressávamos a casa a pé, ou quando conseguíamos ir de boleia no macimbombo, para poupar uma quinhentazita?


Mais tarde, quando já mais crescidos, vinham os mufanitas a pedir:


Dá quinhenta, faz favor”.


Nesse tempo, no tempo da nossa quinhenta, não havia inflação nem as suas variantes: a quinhenta tinha mesmo o seu valor.


Todas estas memórias e tantas, tantas outras, perdidas no espaço e no tempo, apenas pelo preço de uma quinhenta!






A quinhenta nas memórias


do Fafe do AB6


Com o devido respeito por todos os Moçambicanos e sem qualquer intenção ofensiva, não poderia deixar esquecida a mais célebre frase, sobre a quinhenta, muito presente nas nossas memórias:


dá quinhenta e fodi lá




3 comentários:

Anónimo disse...

Parabens pelo seu Blog,tambem estive em NOVA FREIXO,mas corri todo o Niassa nas muitas operaçoes que fizemos,(algumas de muitos dias - ate meses) mas voltando sempre com bastante alegria, a nossa tao Linda e Bela NOVA FREIXO.
Recordo com muita saudade de todos
os dias que la vivemos, e da forma
como fomos acarinhados pela POPULAÇAO,ficando para sempre na nossa memoria a ultima noite passada em (NOVA FREIXO) num Land Rover sempre de (MARCHA ATRAZ) e cantando o (O TEMPO VOLTA PRA TRAS)muito bem acervejados...cançao que tambem faz parte da sua colecçao da lista de Grandes Cançoes ,indicadas no seu Blog,e que ainda hoje quando as ouço,sinto o meu corpo trespassado de saudade.
A proposito talvez fosse de inteira justiça lembrar o conjunto
musical "OS CONCHAS" eram o ZE MANEL que esteve comigo na recruta em MAFRA e o saudoso FERNANDO que esteve como ( ExFURRIEL MILICIANO)
bem perto em MAUA na CC637 anos 64
a 66. Tudo isto por causa de Tambem recordar a (QUINHENTA)tal qual voce a refere, de uma forma extraordinariamente engraçada e verdadeira.
Um grande Abraço para todos os que - como nos´- ficaram a (AMAR PARA SEMPRE) essa Terra e os seus muito Queridos RESIDENTES.

rui ferreira disse...

Pois só falam de novafreixo, também concordo, que o pouco tempo que lá passei cerca de três meses, passaram rápidamente, quase sem darnas vistas, distraio, com o cinema, os civis, os torneios de futebol, etc...etc...o pior foi, a necessidade de preencher uma vaga em marrupa, e o resto da comissão ter sido aí...
enquanto uns "gozaram férias", eu trabalhava que nem um "escravo", por isso "passei-me", mas felizmente, foi "na terra dos desterrados", que criamos grandes laços de amizade, perpétuando ainda apesar dosanos decorridos.
bem hajam amigos.
lm

Vaz Branco disse...

Amigo Rui Ferreira,nao genelarize a afirmaçao das Férias porque antes de voce passar por Nova Freixo e depois ir para Marrupa, ja outros o fizeram e em condiçoes bastante dificies,ate lhe digo mais, a CC696 que esteve la entre 1964 e 1966 e onde eu era ExFurriel Miliciano de TMS,esteve para alem de Marrupa,praticamente em todas as localidades que existiam nessa altura em todo o Niassa, muito embora tivesse-mos como Base Nova Freixo,e caro amigo sinceramente que para nos nao foram propriamente Férias, a Mensagem anterior é minha e de vez em quando venho ve-la, para recordar e ler com muita saudade,da forma que Refiro na mesma, como passamoa a Ultima Noite em Nova Freixo, é verdade foi assim que deixamos aquela Grande Vila e Aqueles maravilhosos Residentes que sempre nos acarinharam de cada vez que voltava-mos das muitas Operaçoes que fizemos e os Milhares de KM de Viatura e por vezes a pé que fizemos,mas o regresso a nossa Querida Nova Freixo era sempre Motivo de Alegria para todos,Nunca me cansarei de Dizer Obrigado e que sejam Felizes Onde quer que se encontrem. E para si Rui Ferreira receba um Abraço Amigo-