AB6 - Reencontrar o passado

Um dia, uma citação

AB6 - Encontros e reencontros

terça-feira, 1 de maio de 2007

AB6 - Dia da Unidade

01 de Maio de 1969

AB6 - Nova Freixo

Dia da Unidade


Dia de festa no AB6. Grande azáfama e grande expectativa.

O Comandante, Tenente-Coronel Piloto-Aviador Luís António Silva Araújo, proporcionou-nos um dia de grande festa e convívio.

Um grande almoço colectivo no nosso hangar, do melhor que poderia haver.

E para os hábitos alimentares de todos nós, no AB6, o rancho melhorado teria que ser um rancho mesmo muito melhorado, para poder ser diferente.

Como dizem os brasileiros, o nosso comandante era um barato.

Houve a exposição pública dos aviões, Fiat G91, T6 G, DO 27 e outros mais.


O voo raso na placa de estacionamento, bem em frente do hangar e dos nossos narizes, do T6 G pilotado pelo malogrado (falecido em acidente de aviação na sua actividade profissional pós-FAP) Furriel Piloto Aviador, Aleixo, foi um momento de grandiosa emoção e espectacularidade.


O levantamento e aterragem da DO 27, na placa em frente ao hangar, em espaço reduzidíssimo e fechado com rede nas extremidades, foi a chave de oiro da exibição do amigo e saudoso Capitão Piloto-Aviador Montovani, 2º Comandante.

As subidas vertiginosas e os loopings estonteantes dos Fiat G91 puseram todos de olhos em bico e espetados no céu.


E para terminar, a surpreendente e inigualável actuação , ao vivo, do conhecido Conjunto Académico João Paulo, que levou até nós as suas conhecidas músicas, entre as quais Eu tão só, Nunca direi adeus e Milena. Mas o seu ponto alto foi a interpretação fenomenal de Sérgio Borges, e seu grupo, no tema de Barry Ryan, Eloise.


AB6 nasceu há 40 anos


Em 01/05/1967, foi criado, na 3ª. Região Aérea, Moçambique, o Aeródromo Base nº 6, em Nova Freixo, no Niassa.


Foram oito anos ao serviço da Força Aérea Portuguesa.

Foram dois anos, Julho/1968 - Julho/1970, o tempo que lá vivi.


Uma migalha nestes quarenta anos de existência da base e menos ainda no meu tempo de vida.


Mas foram dois anos enormes, graduados na escala do infinito.


Para todos os que nunca lá estiveram, é incompreensível e absurda esta obcecação pelo AB6 e Nova Freixo, mas a verdade é que esta memória se implantou de tal forma que vai empurrando para fundo todas as outras que de novo vão surgindo, esmagando-as no esquecimento.


O AB6 e Nova Freixo continuam, perenemente, a ser a memória de ontem.

Como hoje lamento não ter registado em diário todos os acontecimentos vividos naquela terra que também é minha.
Como gostaria de ter fotos de todos os cantos e encantos da minha Nova Freixo.

Eu não esquecerei nunca o AB6.
Eu não esquecerei nunca Nova Freixo.


Estou profunda e infinitamente grato a todos os meus companheiros, amigos e a todos os residentes, sem excepção, por terem contribuído para que eu hoje possa afirmar terem sido aqueles os melhores anos da minha vida.

A nossa memória e a nossa paixão são mais fortes que o poder daqueles que tudo fizeram para as destruir.